No Brasil, as mulheres ocupam mais de 70% dos empregos no campo dos cuidados, nas áreas de Assistência Social, Enfermagem, entre outras. Em primeiro lugar, estão as trabalhadoras domésticas, com 93% de mulheres atuando no País.  Com base nisso, em fevereiro deste ano, o Governo Federal divulgou um formulário para acolher as demandas das trabalhadoras domésticas.

O objetivo é garantir a incorporação de diversas compreensões e necessidades de políticas públicas de cuidados no Plano Nacional de Cuidados (PNC), que ainda está tomando forma no Brasil, podendo ser aprovado até agosto de 2024. Essa política busca garantir os direitos tanto das pessoas que necessitam de cuidados quanto das que cuidam.

A PNC se norteia com especial atenção às desigualdades de gênero, raça, etnia e territoriais, promovendo uma colaboração entre homens e mulheres na família, comunidade, mercado e empresas. As atividades não remuneradas relacionadas aos cuidados, como, por exemplo, o cuidado direto a pessoas com algum grau de dependência (idosos, crianças etc.) na própria família, também se encaixam na Política Nacional de Cuidados.

A PNC não apenas pode reconhecer o valor do trabalho de cuidado realizado, mas também visa a implementar medidas concretas para facilitar suas responsabilidades e promover o próprio bem-estar.

Vale ressaltar que a maioria das responsabilidades relacionadas aos cuidados nos lares brasileiros recai sobre as mulheres, que acabam interrompendo suas vidas acadêmicas, profissionais, entre outros, levando à reprodução da pobreza e das desigualdades.

“A Política Nacional do Cuidado emerge como uma resposta necessária aos cuidadores, que precisam de atenção e políticas públicas voltadas a eles. O ideal é assegurar que os cuidadores remunerados tenham seu trabalho valorizado e, principalmente, reconhecer o trabalho de cuidadores não remunerados. Existindo essas políticas públicas e esse cuidado com quem cuida, nossas mulheres –historicamente sendo maioria nesse setor – não precisará mais abdicar de suas vidas”, ressaltou a gerente de Promoção de Igualdade de Gênero da Secretaria Estadual das Mulheres (SESM), Cristiane Martins.

Importância da Política do Cuidado para as mães

As mães representam os pilares do cuidado, dedicando-se incansavelmente ao bem-estar e ao desenvolvimento de suas famílias. No entanto, por trás desse ato de amor incondicional, muitas vezes reside uma realidade de desafios e sacrifícios que merecem atenção e apoio.

As mães frequentemente enfrentam desafios significativos em sua jornada de cuidado. Desde a sobrecarga física e emocional até as pressões financeiras e a falta de apoio, muitas mulheres enfrentam obstáculos que podem impactar negativamente na saúde e no bem-estar.

Portanto, a política do cuidado garante que as mães recebam o suporte e o reconhecimento que merecem. Uma política do cuidado eficaz para as mães inclui uma série de medidas, como o acesso à licença-maternidade remunerada e estendida, programas de assistência infantil acessíveis e de qualidade, serviços educacionais, como creches, pré-escolas e escolas de ensino básico, apoio psicológico e emocional durante a maternidade, bem como oportunidades de educação e desenvolvimento profissional que permitam conciliar a vida familiar e profissional de forma equilibrada.

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