Promoção da diversidade e enfrentamento às violências contra mulheres nas organizações é tema de live da SEDH
A Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), por meio da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres, promoveu a live “A promoção da diversidade e o enfrentamento às violências contra as mulheres nas organizações”, na última quinta-feira (26), na página da SEDH no Facebook.
A live fez parte da programação alusiva aos 15 anos da Lei Maria da Penha, lembrado em 07 de agosto, e teve como intuito abordar o enfrentamento às violências contra as mulheres no ambiente de trabalho.
O evento on-line contou com a participação da secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo; da subsecretária de Estado de Políticas para as Mulheres, Juliane Barroso; da gerente de Pessoas, Atração e Carreira da ArcelorMittal, Juliana Oliveira Almeida; da presidenta da Comissão da Mulher Advogada, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OBA-ES), Anabela Galvão; e da gerente de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Direitos Humanos, Bernadete Baltazar, que foi a mediadora.
A secretária Nara Borgo fez abertura da live e falou sobre a discriminação que já sofreu no trabalho por ser mulher.
“Não tenho dúvidas de que onde eu sofri ou senti o mais próximo à discriminação por ser mulher foi dentro da minha ‘casa’, a OAB. Por anos, não falei sobre isso porque é complicado. Então, para mim não é difícil compreender quando as mulheres têm medo de falar e denunciar, porque passei por isso. Hoje, falo com tranquilidade e tristeza, mas quando falamos provocamos e rompemos barreiras para outras mulheres e promovemos mudanças nos nossos espaços. Precisamos falar sobre isso nas instituições, porque se a nossa sociedade é machista, as instituições também são”, defendeu a secretária Nara Borgo.
A gerente de Pessoas, Atração e Carreira da ArcelorMittal, Juliana Oliveira Almeida, destacou o trabalho da empresa no enfrentamento à violência contra as mulheres.
“A ArcelorMittal Tubarão firmou, em 2015, o primeiro acordo de parceria com o Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher (Nevid), do Ministério Público do Estado. Fomos surpreendidos com dois casos de violência contra a mulher na nossa empresa, que chamaram a atenção de que precisávamos nos preparar e começar a sensibilizar sobre como iríamos lidar com esse assunto. Foi a partir desse momento que começamos nosso investimento em violência contra a mulher. Capacitamos toda a equipe de serviço social e médicos internos, e encontramos uma forma de falar para os empregados sobre esse assunto, porque não bastava ficar apenas na equipe de acolhimento, mas a necessidade de informar sobre essa temática”, destacou Juliana Oliveira Almeida.
Quem também participou da atividade enquanto palestrante foi a presidenta da Comissão da Mulher Advogada da OAB-ES, Anabela Galvão.
“Esta é uma situação muito triste de se ver. Uma das coisas que fizemos e descobrimos, por conta da pandemia, foi que algumas colegas responderam um questionário nosso no qual diziam sofrer todos os tipos de violência. Com essas respostas, criamos a Ouvidoria da Mulher Advogada da OAB-ES e fizemos um sistema de psicologia e assistência social para trazer e acolher essas colegas no âmbito da OAB, para poder ver até onde poderíamos ajudar. Estamos com os olhos voltados ainda mais para a situação da categoria, fora o papel que fazemos com as mulheres da sociedade civil. Outro trabalho importante que fizemos na Ordem foi criar o ‘Violentômetro’, um cartaz com todos os números de denúncia e identificando os tipos de violência contra as mulheres, que foi distribuído em todo o Estado para atingir todas as mulheres, não somente as advogadas”, enfatizou Anabela Galvão.
A gerente de Políticas Públicas para as Mulheres, Bernadete Baltazar, que debateu o tema com as convidadas ao final da atividade, comentou sobre a situação da mulher em expor as violências sofridas.
“Precisamos pensar que as mulheres se escondem e têm vergonha de colocar isso, as situações de violência vividas, para fora. Não é só do ponto de vista das relações familiares, mas essas violências estão ligadas também nos ambientes de trabalho. Estamos vivendo um momento de inversões e devemos observar como isso tem repercutido nessas qualificações. A mulher, ao falar, é desqualificada como um ser incapaz e é isso que não pode ocorrer”, pontuou Bernadete Baltazar.
Live
A Subsecretaria de Políticas para as Mulheres promove a última live alusiva aos 15 anos da Lei Maria da Penha, nesta terça-feira (31), às 15 horas, com transmissão na página da SEDH no Facebook. O tema será "Somos Todas Margaridas: O protagonismo das trabalhadoras rurais no enfrentamento às violências".
Texto: Thalisson Bandeira.
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