Roda de conversa discute interlocuções entre masculinidades e LGBTIfobia no projeto Homem que é Homem
A psicóloga Marina Bernabé, que atua na Gerência de Diversidade Sexual e Gênero da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), ministrou uma roda de conversa on-line voltada para delegados, delegadas e corpo técnico que atua no projeto Homem que é Homem, da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES). O tema foi “Interlocuções entre masculinidades e LGBTIfobia”.
Marina Bernabé explicou que a atividade foi um momento de muitas trocas de experiência e aprendizagem.
“É impossível abordar as masculinidades sem a sua quase inerente interlocução com os machismos, misoginia e também com a LGBTIfobia. Nos grupos, reflete-se sobre as produções das masculinidades e a violência, que estão absolutamente adoecidas na sociedade. Trabalhar o preconceito e a discriminação contra quem é ou pode ser LGBTI+ é incidir diretamente sobre um dos elementos basilares das masculinidades hegemônicas, tão nocivas para a sociedade. Poder colaborar com as equipes técnicas construindo estratégias para trabalhar a intolerância e a violência que comparecem no cotidiano de trabalho delas é extremamente gratificante”, disse.
O projeto Homem que é Homem integra o eixo de proteção social do Programa Estado Presente em Defesa da Vida e neste ano realizou cinco rodas de conversa virtuais com os técnicos. Destas, a psicóloga da Gerência de Diversidade Sexual e Gênero da SEDH foi convidada para duas: a primeira, em 28 de abril, e esta última.
O projeto
Lançado em 2015 e idealizado por psicólogas e assistentes sociais da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), o Projeto "Homem que é Homem" foi elaborado com a finalidade de contribuir para a redução da violência contra a mulher no Estado, atuando numa perspectiva preventiva (socioeducativa). Tendo em vista os excelentes resultados atingidos, a partir do ano de 2017, a Polícia Civil passou a expandi-lo para os municípios do interior do Estado, após estabelecer parcerias com as prefeituras interessadas em executar o projeto nos territórios.
A partir do ano de 2019, o projeto foi inserido no eixo de proteção social do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, fazendo com que fosse para os municípios do interior, com o objetivo de reduzir a violência, garantindo a redução de vulnerabilidades e a promoção de cidadania em todo o Estado, no que pese a priorização de alguns territórios.
Os temas abordados contemplam relações de gênero, formas pacíficas de lidar com os conflitos, identificação e reflexão a respeito das violências nas relações, bem como aspectos relativos à relação familiar, propondo pensar o espaço subjetivo ocupado na família como um lugar democrático de convivência.
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