Saúde mental das mulheres LBT é tema de evento na Secretaria de Saúde
A manhã desta quarta-feira (22) foi de aprendizado e compartilhamento de ideias durante debate sobre a saúde mental das mulheres lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. O evento aconteceu no auditório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), na Enseada do Suá, em Vitória. A programação é alusiva ao Dia Estadual Contra a LGBTFobia (17 de maio) e ao Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher (28 de maio).
A iniciativa foi promovida pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos (Sedh), por meio da Subsecretaria de Políticas para Mulheres e da Gerência de Políticas de Diversidade Sexual e Gênero, em parceria com a Sesa, com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e com o coletivo Santa Sapataria.
Na abertura do evento, intitulado “Saúde das mulheres LBT: e eu com isso?”, a subsecretária de Estado de Políticas Públicas para Mulheres da Sedh, Juliane Barroso, destacou a importância em debater o assunto. “Numa sociedade patriarcal e heteronormativa que vivemos é essencial somarmos força e pautarmos a saúde das mulheres LBT. O ponto de partida é reconhecemos que essas mulheres sofrem pressão social e essas opressões precisam se tornar visíveis. Na Sedh, temos a liberdade de propor e desenvolver ações como esta, então a gente espera que este seja o primeiro de muitos momentos juntas para falarmos do tema”, ressaltou.
O gerente de Políticas de Diversidade Sexual e Gênero da Sedh, Renan Cadais, destacou que a importância que o Governo do Estado tem dado ao tema é essencial. “Vivemos um 2019 complicado para a população LGBT e é muito importante para nós contar com o apoio desta gestão para coordenar a pauta de Diversidade Sexual e Gênero”, pontuou.
Na oportunidade, a chefe do Núcleo Especial de Atenção Primária da Sesa, Tânia Mara Ribeiro dos Santos, também deu as boas-vindas. “É muito gratificante para a gente recebê-los aqui, pois também sabemos da importância de discutir políticas públicas para mulheres LBT. É necessário trabalhar o tema cada vez mais dentro dos territórios do Estado para que, de fato, a sociedade entenda os direitos dessas mulheres e para que elas tenham mais visibilidade”, disse.
E foi sobre a invisibilidade das mulheres LBT e suas consequências que palestrou a mestre emPsicologia Institucional e técnica referência da Gerência de Políticas de Diversidade Sexual e Gênero da Sedh, Marina Francisqueto Bernabé.
“Ser mulher num dos países que mais mata mulheres no mundo já é um risco. Ser uma mulher LBT é um risco ainda maior. E a invisibilidade, causada pelo preconceito, contribui para aumentar ainda mais os índices de suicídio, bem como de estresse, baixa efetividade nos tratamentos, dificuldade na assistência básica, falta de um ambiente adequado para as expressões das diversas sexualidades e identidades, etc”, pontuou Marina.
Na ocasião, a mestra em Psicologia e atuante na área da saúde mental, Gabriela Boldrini, que também compôs a mesa de debate, trouxe a questão histórica: “A homossexualidade foi historicamente tratada como patologia psiquiátrica. E, ao longo dos anos, a homossexualidade feminina foi sendo associada a comportamentos violentos, de perversão, masculinidade, entre outros. Estes conceitos contribuem para expor as mulheres LBT a situações de vulnerabilidade e de violência”, enfatizou.
Também participou do debate, a psicóloga Julia Santigliani Pires, que foi a primeira profissional trans da área no Espírito Santo, que contou inclusive situações reais sobre o tema. “Esta oportunidade é muito interessante, pois ainda nos dias atuais uma mulher trans precisa ter argumentos para convencer uma equipe médica para conseguir operar, por exemplo”, afirmou. Além da cirurgia, a palestrante trouxe ainda debates referentes a hormônio e violência sofrida por mulheres travestis e mulheres e homens transexuais
O evento faz parte da programação da IV Quinzena Estadual Contra a LGBTIfobia – uma realização do Conselho Estadual LGBT e parceiros.
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