SEDH participa de capacitação do projeto ‘Nem tão doce lar’
Aproximadamente 30 pessoas participaram da capacitação do projeto “Nem tão doce lar”, que aconteceu, nesta quinta-feira (28), no Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), na Enseada do Suá. A iniciativa fez parte da programação da campanha dos “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, promovida pela Secretaria de Direitos Humanos.
O “Nem tão doce lar” é uma mostra itinerante e interativa, que busca promover reflexões sobre a violência doméstica e familiar contra as mulheres. O grupo capacitado irá atuar nas intervenções do projeto, a serem realizadas na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Professor João Loyola, nesta sexta-feira (29) às 09h, e no Terminal de Laranjeiras na próxima segunda-feira (02), a partir das 10 horas.
O encontro foi conduzido pelo assessor de projetos da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Rogério Oliveira de Aguiar, que explicou sobre a metodologia utilizada. “A abordagem a partir do cotidiano aliado a técnica é muito importante para uma abordagem eficaz. Além disso, sabemos que num primeiro momento, a mulher que é vítima de violência busca a mudança de comportamento do companheiro e não a sua punição. Então vamos ver como a nossa atuação pode ajudar neste sentido”, ressaltou.
A subsecretária de Políticas para as Mulheres da SEDH, Juliane Barroso, participou da capacitação e afirmou ser um grande aprendizado. “A estratégia de abordagem do projeto é muito interessante. A reprodução de um ambiente doméstico demonstra o aspecto cotidiano da violência e dos seus ciclos”, pontuou.
Participaram ainda do encontro a coordenadora estadual do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid) do MPES, Dra. Cláudia Garcia, além de representantes de outras Secretarias, de prefeituras, conselhos municipais e organizações da sociedade civil.
Sobre o projeto
A Nem Tão Doce Lar trata-se de uma mostra itinerante que possibilita a popularização da discussão e do enfrentamento da violência, ao levar para o espaço público uma típica casa familiar, com informações e imagens que denunciam a violência sofrida por mulheres, crianças e jovens.
A mostra nasceu a partir de uma exposição internacional chamada Rua das Rosas, criada pela antropóloga alemã Una Hombrecher, com o apoio da agência Pão para o Mundo (PPM). A proposta inicial, que tinha ainda uma linguagem europeia, foi apresentada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, de 14 a 23 de fevereiro de 2006, durante a 9ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Esta primeira exposição esteve sob a coordenação da FLD, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e de um consórcio de organizações da sociedade civil que atua denunciando e construindo possibilidades de superação da violência.
Posteriormente, a partir de um amplo processo de construção coletiva, a exposição recebeu um enfoque brasileiro. O nome Nem Tão Doce Lar faz alusão à citação Lar doce Lar, muito comum em casas brasileiras. Assim também nasceu a marca Nem Tão Doce Lar, criada a partir de um delicado bordado em ponto de cruz, emoldurado como um quadro. Esse quadro, representativo do que deveria ser o ambiente familiar, amoroso e cheio de cuidados, está quebrado, indicando um ambiente violento.
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