Segundo painel virtual em alusão à Lei Maria da Penha tem como tema ‘Uma conversa com as masculinidades’
“Uma conversa com as masculinidades” foi o tema da segunda live promovida pela Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), por meio da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres, em alusão aos 14 anos da Lei Maria da Penha. Participaram como convidados o assessor especial da SEDH, o psicólogo e especialista em violência e saúde, Getúlio Sérgio Souza Pinto, e o membro da coordenação do Fórum de Homens, João José Barbosa Sana, nessa segunda-feira (24).
A live faz parte de uma proposta de painéis virtuais para debate da Lei Maria da Penha, tendo como intuito abordar esse marco legal tão importante a partir de diferentes olhares e lugares. A primeira ocorreu no último dia 17 de agosto e a próxima será na segunda-feira (31).
Além dos convidados, o segundo painel virtual contou com a participação da subsecretária de Estado de Políticas para as Mulheres, Juliane Barroso, que fez a abertura da live; e da gerente de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Direitos Humanos, Bernadete Baltazar, que foi a mediadora.
“Talvez alguém se pergunte: mas, homens falando sobre violência contra as mulheres? Por que abordar a Lei Maria da Penha a partir da perspectiva das masculinidades? Porque a violência contra as mulheres não ocorre no vácuo. Se sustenta em um sistema patriarcal, opressor, no qual o homem ocupa lugar central de poder, opressão e violência. Precisamos fortalecer as mulheres para que rompam com a opressão e a violência a que estão submetidas, e para que se vejam na condição de sujeito de direitos e não de objeto. Mas também precisamos construir novas subjetividades masculinas, que também rompam a cultura patriarcal e que estabeleçam relações pautadas na cultura do respeito aos direitos, à diversidade e à paz, não da violência”, destacou Bernadete Baltazar.
Durante a live, o membro da coordenação do Fórum de Homens João José Barbosa Sana falou um pouco do reconhecimento da importância da Lei Maria da Penha, a partir de uma perspectiva masculina e de como a prevenção da violência doméstica deve ser debatida por toda a sociedade.
“A Lei é extremamente importante porque nos alerta para os variados tipos de violência contra as mulheres, recomenda uma serie de políticas públicas e, particularmente, institui uma rede de enfrentamento e atendimento às mulheres em situação de violência”, defendeu Sana.
O psicólogo e especialista em violência e saúde, Getúlio Sérgio Souza Pinto, falou porque o público masculino deve discutir sobre este tema.
“Se estamos falando de uma característica constitutiva da sociedade, que dá mais poder aos homens em relação ao corpo feminino, e muita das vezes culmina na violência, é essencial que os homens falem sobre isso, inclusive para reconhecer e repensar esse local de poder, que essa estrutura da sociedade nos dá. Esse é um ponto importante. O público masculino deve sim pautar essa questão, deve discutir a partir do ponto de vista de pensar sobre suas condições de privilégios. O segundo ponto é que mecanismos como a Lei Maria da Penha não são uma vitória finalizada. É preciso que haja um esforço social de sustentação desses mecanismos de enfrentamento à violência, porque a qualquer momento podem ser desconstruídos. Por esse motivo que faz necessário também que o público masculino se coloque nessa luta, constituindo essa força de sustentação dos mecanismos de desconstrução dessa assimetria de gêneros”, declarou Souza Pinto.
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Texto: Thalisson Bandeira