28/01/2021 12h15 - Atualizado em 28/01/2021 12h16

SEDH promove conversa virtual com mães de pessoas Trans

Como parte da programação do Mês da Visibilidade Trans, a Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), em parceria com o Fórum LGBTI+ da Serra e o Coletivo Diversidade tem Voz, promoveram, nessa terça-feira (26), a Live com o tema “Sou mãe/pai de uma pessoa trans: relatos de mães e pais ao vivenciarem a transexualidade na família".

Participaram como convidadas Thamyres Nunes, que é a mãe de uma criança trans de cinco anos, autora do livro “Minha Criança Trans? ”, e coordenadora nacional da Área de Proteção e Acolhimento a Crianças e Adolescentes LGBTQ+ - Aliança Nacional LGBTQ+; Luz Isabel, que é mãe de um jovem trans, ativista e microempresária; e também Luciana Oliveira, que é mãe de uma jovem trans, pedagoga, membro do grupo de Mães pela Diversidade e Mães de Trans.

Além das convidadas, o evento contou com a participação da presidenta do Fórum Municipal LGBTI+ da Serra, Layza Lima, e da coordenadora do Coletivo Diversidade tem Voz, Andressa Moreno, que foram as mediadoras.

A live foi dividida em três blocos distintos dentro da temática, sendo o primeiro abordando o tema “A transexualidade na minha família: a descoberta"; o segundo “A luta de pela identidade trans de meu filhe: desafios"; e o terceiro “Uma mensagem de esperança e amor incondicional”.

Em sua fala, Thamyres Nunes, destacou a importância de se apoiar outras mães de filhos trans. “Quando eu converso com outras mães, eu falo que dá medo, que não é fácil, mas que procurem apoio. Estamos aqui para dar segurança às mães e ninguém solta a mão de ninguém. A gente faz uma corrente. Tem momento que a gente fraqueja e a outra vem e dá apoio, mas o mais importante é não perder seu filho. Não perca a sua filha pelo medo do que pode acontecer, do medo de saber como vai ser. Não perca seu filho para a vida, para a inexistência. Você vai ver como é lindo ver aquele corpo ganhar vida, começar a ter brilho nos olhos e começar a ser feliz. É muito lindo ver o filho ser feliz, e eu acho que toda pessoa merece isso. Toda mãe merece ver o seu filho feliz”, afirmou.

A pedagoga, Luciana Oliveira explicou que “ninguém escolhe ser trans ou gay, eu não escolhi ser hétero. As pessoas são quem ela são e, por isso, ame seu filho. Essas expectativas cruéis que a comunidade LGTBQI+ tem, especialmente as Trans, precisam mudar, mas só vão mudar quando dentro de casa tudo for mudado, porque a maioria das pessoas que foram assassinadas brutalmente foram pessoas trans expulsas de casa, que viveram à margem, não conseguiram emprego e que não foram respeitadas pela sociedade. Ninguém precisa que você aceite ninguém, mas você precisa respeitar. Precisamos de mais amor, o mundo precisa de amor. Nossos filhos e filhas são maravilhosos, continuam sendo as pessoas que sempre foram”, explicou.

A ativista Luz Isabel, que além de um filho trans tem outros dois filhos diversos, contou um pouco da sua experiência. “Eu sempre falo que compartilhar a nossa experiência ajuda outras famílias e nos ajuda também. Teve uma vez, em Belo Horizonte, que a gente deu uma entrevista para uma TV, e em certo momento um dos meus filhos disse: ‘é um privilégio ter essa família que tenho hoje’. Isso me tocou tanto, e eu acho que faço tão pouco. Mas os meninos sentem o privilégio de poderem contar com esse amor que a gente dá pra eles e para os amigos. Esse amor e carinho que a gente tem pelos nossos tem que transbordar, e fazer com que chegue a outros que não tiveram ou não têm as famílias”, relatou.

O Mês da Visibilidade Trans é uma iniciativa da SEDH, em colaboração com diversas instituições e entidades, incluindo várias atividades que tiveram início no dia 18 de janeiro e seguem até esta sexta-feira (29). Confira a programação completa por meio do link:  https://bit.ly/39mlDoY

 

Informações à Imprensa:
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Juliana Borges
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