A Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), por meio da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres, promoveu a live “Lei Maria da Penha: A arte do cuidado e da proteção”, nessa segunda-feira (17), no Facebook. O evento on-line teve como convidada a pesquisadora, coreógrafa e professora do projeto Fordan da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Rosemery Casoli.

A live faz parte de uma proposta de painéis virtuais em alusão aos 14 anos da Lei Maria da Penha, completados em agosto, e tem como intuito abordar esse marco legal tão importante a partir de diferentes olhares e lugares. Outras duas lives acontecem ainda neste mês.

Além da pesquisadora Rosemery Casoli como convidada, o primeiro painel virtual contou com a participação da subsecretária de Políticas para as Mulheres, Juliane Barroso, que fez a abertura da live; e da Gerente de Políticas para as Mulheres da SEDH, Bernadete Baltazar, que foi a mediadora.

Durante a live, Rosemery Casoli contou como sua história acabou por influenciá-la a ajudar outras mulheres que passam ou já passaram por violências domésticas.

“Essa violência não começa com uma agressão física em si, mas com uma ‘brincadeira’, com uma agressão verbal que pode ser vista como uma brincadeira. É assim que aconteceu comigo, e eu sei que é assim com muitas outras mulheres. A partir do momento em que minha história de vida se torna o meu objeto de pesquisa, eu pude perceber também que o comportamento de outras mulheres frente às violências domésticas que elas sofrem ou que sofriam, reverberavam da mesma forma porque isso tudo era naturalizado na sociedade”, disse.

A gerente de Políticas para as Mulheres, Bernadete Baltazar, falou sobre o marco legal da Lei Maria da Penha para as mulheres.

“Hoje contamos com a participação da Rosemery Casoli, que nos trouxe a belíssima exposição entre o cuidar e a arte como expressão das subjetividades femininas, vitimizadas pela violência doméstica e familiar. Trouxe um emocionante relato pessoal de potencialização e superação da violência sofrida e do que representou nesse percurso a existência de uma Lei que oferece a garantia de mais do que apenas a punição através do pagamento de cestas básicas ou de serviço comunitário. A Lei Maria da Penha representa um grande e importante marco legal, uma vez que permitiu que a violência doméstica e familiar contra as mulheres fosse identificada não mais como um crime de menor potencial ofensivo, mas como um fenômeno complexo, constituído por diferentes tipos de violência e que se sustenta pela objetificação das mulheres. Dessa forma, a Lei Maria da Penha representa um avanço na medida em que, para além do aspecto punitivo, traz também a necessidade da construção dos mecanismos de proteção e prevenção da violência contra as mulheres”, declarou.

Próxima live

O próximo painel virtual será o “Lei Maria da Penha: Uma conversa com as masculinidades”, que acontecerá na próxima segunda-feira (24), às 10 horas, com transmissão também na página Direitos Humanos ES no Facebook.

De acordo com a subsecretaria de Políticas para as Mulheres, o objetivo é abordar o papel do homem enquanto parceiro no enfrentamento à violência contra as mulheres e os desafios impostos pela construção de uma masculinidade baseada no uso da força e hierarquia.

Os convidados são o membro da coordenação do Fórum de Homens, João José Barbosa Sana; e o assessor especial da SEDH, psicólogo e especialista em violência e saúde, Getúlio Sérgio Souza Pinto.

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