Nessa segunda-feira (22), a Secretaria Estadual das Mulheres (SESM), em parceria com a Secretaria da Justiça (Sejus) e a iniciativa privada, realizou o projeto "Pretas Preciosas: Saberes e Vivências Além das Grades", no Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC).

As atividades desenvolvidas no projeto têm o objetivo de trabalhar a ressocialização e o processo de reintegração das mulheres que se encontram privadas de liberdade.

A ação "Pretas Preciosas: Saberes e Vivências Além das Grades" integra o projeto estratégico "Nossos Dias de Lutas", por meio do “Por Todas Nós — o protagonismo das mulheres negras na luta antirracista”, alusivo ao Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado nesta quinta-feira (25).

Durante a ação, foram realizadas a apresentação do Coral Centro Prisional Feminino de Cariacica, a palestra ministrada por Drika Monteiro, do Coletivo Amara, com o tema "Reconstruir a história, mulheres pretas em busca de autoestima e valorização", e o desfile das internas com roupas produzidas por afroempreendedoras, internas da Unidade Prisional de Colatina.

Também foi exibido um teaser do curta-metragem que será produzido por meio de parceria da SESM com a Rádio Palavra de Mulher, contando as experiências das reeducandas durante a realização do "Pretas Preciosas: Saberes e Vivências Além das Grades", em todas as unidades prisionais femininas do Espírito Santo, que terá a última edição nesta quarta-feira (24), na unidade de Viana.

"A ressocialização tem o propósito de oferecer dignidade, tratamento humanizado, conservando a honra e a autoestima destas mulheres. Por outro lado, entendemos que a ressocialização não é apenas responsabilidade do sistema prisional ou dos órgãos governamentais, mas também da sociedade civil e dos familiares", frisou a gerente de Promoção da Igualdade de Gênero da SESM, Cristiane Martins.

Já a secretária de Estado das Mulheres, Jacqueline Moraes, destacou que promover a ressocialização das mulheres encarceradas é crucial para a reintegração delas na sociedade. "Muitas vezes, essas mulheres enfrentam estigmas e barreiras adicionais após cumprir suas penas, o que pode prejudicar a autoconfiança e as perspectivas futuras. Ao investir na recuperação da autoestima, elas podem recuperar o senso de dignidade e autovalorização perdidos durante o tempo", pontuou.

O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, esteve presente no evento e falou sobre a importância de evidenciar as mulheres pretas e incentivar o debate sobre equidade de gênero. “Muitas internas do Espírito Santo estão presas por crimes cometidos por seus parceiros ou derivados dessas relações. O peso do machismo forma um sistema discriminatório na sociedade, principalmente, entre as mulheres apenadas”, frisou.

O secretário ressaltou ainda a importância da ressocialização nas unidades e do trabalho efetivo de tornar as unidades prisionais ambientes de dignidade. “O nosso trabalho não se limita em mantê-las presas. Dentro do universo prisional, existe um ponto muito importante, que é essencial para mudar a vida de todas vocês, a ressocialização. Mas vocês precisam querer, porque tem como dar certo. Se vocês quiserem, nós estamos aqui para mudar essa realidade na vida de todas”, pontuou Rafael Pacheco.

"Foi muito importante fazermos essa ação e ter esse diálogo com as mulheres privadas de liberdade. Elas precisam sair da prisão com uma perspectiva maior, com um olhar âmplo para o futuro, e a autoestima é uma das portas para isso. Uma autoestima elevada pode ajudar as mulheres presas a se reintegrarem à sociedade de maneira mais eficaz. Essa parceria da SESM com a Sejus é muito importante, para que ações como essa se concretizem e deem resultados positivos para todas essas mulheres", complementou a subsecretária de Estado de Políticas para as Mulheres, Sônia Damasceno.

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